Presença
maior no movimento renovador que se iniciou no Brasil em meados dos anos 1970,
na área de literatura infantil/juvenil, Lygia Bojunga Nunes nasceu em Pelotas
(RS), em 1932. Ainda criança muda-se com a família para o Rio de Janeiro, onde estuda e se encaminha para a medicina, cujo vestibular abandona para se dedicar
ao teatro, devido ao primeiro lugar conquistado em testes. Como
atriz, passa a integrar o grupo “Artistas Unidos” e com ele excursiona durante
dois anos.
Espírito inquieto e apaixonado, Lygia dedica-se algum tempo ao rádio e em seguida à televisão (Grande Teatro Infantil da TV Tupi e Grande Teatro de Sérgio Brito), escrevendo textos, traduzindo, adaptando e representando.
Espírito inquieto e apaixonado, Lygia dedica-se algum tempo ao rádio e em seguida à televisão (Grande Teatro Infantil da TV Tupi e Grande Teatro de Sérgio Brito), escrevendo textos, traduzindo, adaptando e representando.
Naquele tempo
escrever/criar personagens era, pra mim, uma forma de sobreviver e de poder
construir a casa que eu queria pra morar (a Boa Liga); só depois, quando eu
abracei a literatura, é que eu me dei conta que escrever/criar personagens era
muito mais que um jeito de sobreviver: era – e agora sim! – o jeito de viver
que eu, realmente, queria pra mim.
Em 1964, foi morar no fim de um vale, no estado do Rio: tinha chegado a hora de viver agarrada a natureza, conforme ela mesma explica. Algum tempo depois, juntamente com seu segundo marido (“um inglês ótimo, que o acaso fez bater naqueles verdes”), fundou uma pequena escola rural, a TOCA, que ambos mantiveram durante cinco anos.
Grande viajante, Lygia percorre o Brasil, as três Américas, o Caribe, a Europa e a Escandinávia, o Oriente e a União Soviética. Em 1982, se mudou para a Inglaterra e passa a viver entre Londres e o Rio de Janeiro, onde também mantém residência.
Foi lá que eu compreendi por inteiro que o escritor é cidadão da sua língua; comecei então a alternar o meu tempo de Londres com o meu tempo de Rio; mas não ouvir a minha língua foi ficando uma penalidade cada vez maior, então fui esticando cada vez mais o meu tempo de Rio, e agora, com a casa que eu criei pros meus personagens, quer dizer, com a editora, o meu tempo lá em Londres ainda se reduziu muito mais.
A pujança e a versatilidade de seu espírito criador se revela definitivamente na área da literatura destinada aos pré-adolescentes e adolescentes. Estreia em 1972, sendo acolhida de imediato com grande entusiasmo, tanto pelo público leitor quanto pela crítica.
Em 1964, foi morar no fim de um vale, no estado do Rio: tinha chegado a hora de viver agarrada a natureza, conforme ela mesma explica. Algum tempo depois, juntamente com seu segundo marido (“um inglês ótimo, que o acaso fez bater naqueles verdes”), fundou uma pequena escola rural, a TOCA, que ambos mantiveram durante cinco anos.
Grande viajante, Lygia percorre o Brasil, as três Américas, o Caribe, a Europa e a Escandinávia, o Oriente e a União Soviética. Em 1982, se mudou para a Inglaterra e passa a viver entre Londres e o Rio de Janeiro, onde também mantém residência.
Foi lá que eu compreendi por inteiro que o escritor é cidadão da sua língua; comecei então a alternar o meu tempo de Londres com o meu tempo de Rio; mas não ouvir a minha língua foi ficando uma penalidade cada vez maior, então fui esticando cada vez mais o meu tempo de Rio, e agora, com a casa que eu criei pros meus personagens, quer dizer, com a editora, o meu tempo lá em Londres ainda se reduziu muito mais.
A pujança e a versatilidade de seu espírito criador se revela definitivamente na área da literatura destinada aos pré-adolescentes e adolescentes. Estreia em 1972, sendo acolhida de imediato com grande entusiasmo, tanto pelo público leitor quanto pela crítica.
Todos os seus títulos
têm sido premiados ou recebido distinção de honra. Em 1982, o IBBY
(International Board on Books for Young People) concedeu-lhe, pelo conjunto da
obra, o Prêmio Hans Christian Andersen, a mais importante láurea internacional
na área, uma espécie de Nobel da literatura infantil/juvenil. Em 2004, Lygia
recebeu, na Suécia, o prêmio ALMA (Astrid Lindgren Memorial Award), o maior de
literatura infantil e juvenil do mundo, ultrapassando 500 mil reais.
Desde 1988, Lygia
Bojunga voltou aos palcos, apresentando monólogos que mesclam literatura à
teatro. “Minhas apresentações são feitas da maneira mais artesanal possível”,
diz a autora, que compara seu processo de criação teatral à sua relação com a
escrita:
Minha
trilha no palco é tão solitária quanto o ato de escrita.
Em 2002, ela cria a Fundação Cultural Casa Lygia Bojunga,
projeto que desenvolve ações ligadas à popularização do livro no Brasil, e sua
própria editora, a Casa Lygia Bojunga, que lhe possibilita ter um controle
maior de todas as etapas de produção de seus livros bem como as de distribuição
e divulgação.
Tornando-se uma das
vozes mais ricas da literatura questionadora de mundo, Lygia, em cada livro,
enfoca um problema específico da existência humana, discutindo as relações entre o eu e o outro. Como diz Ana Maria Machado, ela consegue ultrapassar as tradições de sua própria sociedade, mesmo se mantendo muito brasileira. A consciência da
palavra como construtora do real é a pedra fundamental que sustenta o seu mundo de
ficção.
http://www.casalygiabojunga.com.br/
Fontes: Dicionário crítico da literatura infantil e juvenil
brasileira. Nelly Novaes Coelho - 5 ed. rev. atual. - São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 2006 e http://www.casalygiabojunga.com.br/pt/lygiabojunga.html
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