terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

A bolsa amarela - Lygia Bojunga


ISBN: 8589020037
ISBN-13: 9788589020039

Número de páginas: 135


Leitor fluente (a partir dos 10/11 anos)


Esse livro pode ser indicado para a categoria LF (leitor fluente, a partir de 10/11 anos aproximadamente). É uma obra-prima, um dos melhores livros de literatura infantil/juvenil brasileira e já recebeu inúmeros prêmios importantes. 
Nele há uma procura pela compreensão do mundo. A história é narrada em primeira pessoa e sua personagem principal, a menina Raquel, busca compreender seu mundo interno e o mundo dos adultos. Para isso, ela transforma uma bolsa amarela, desbotada, que estava na caixa de doações vindas da casa de sua tia Brunilda, num lugar para esconder as suas vontades.
“Não digo vontade magra, pequenininha, que nem tomar sorvete a toda hora, dar sumiço da aula de matemática, comprar um sapato novo que eu não aguento o meu. Vontade assim todo mundo pode ver, não tô ligando a mínima. Mas as outras, as três que de repente vão crescendo e engordando toda – ah, essas eu não quero mais mostrar. De jeito nenhum”. (p.9)
Suas três vontades são a de crescer logo, a de ter nascido menino e a de ser escritora. Ela começa escrevendo cartas, mas os irmãos logo as encontram e a confusão é grande. Depois, escreve um romance de um galo que não quer tomar conta das galinhas e luta por direitos iguais para todos. Infelizmente, a história de Raquel vai parar nas mãos de toda sua família, que cai na gargalhada. Nesse momento, sua vontade de crescer engorda. Engorda tanto que, num almoço na casa da tia Brunilda, a bolsa estoura feito balão.
Essa é uma das situações que a menina enfrenta. Há muitas outras. São circunstâncias irreverentes, comoventes, divertidas... Há uma mistura tão grande entre o mundo imaginário e o mundo real que se torna quase impossível ao leitor determinar qual é qual. Os personagens que a menina cria misturam-se aos conflitos presentes não só em sua família e escola, mas também em toda a sociedade.
Na obra, aos poucos, a protagonista vai se dando conta que, ao se conhecer, ao exercitar o autoconhecimento, ela passa a compreender melhor o outro e o mundo a seu redor.
A linguagem do livro é bastante solta e de fácil compreensão. Já a estrutura narrativa é complexa, há uma mescla de cartas, diálogos e histórias encaixadas na narrativa central. No entanto, uma vez “preso”, o leitor não consegue abandonar a leitura, pois seu ritmo é ágil e desenvolto.
O livro mergulha em muitos temas, devido a sua riqueza e profundidade. Poderíamos destacar: A problematização dos preconceitos que ainda hoje teimam em separar homens e mulheres em ocupações e atividades distintas; a necessidade da liberdade de pensamento para a realização do ser; a denúncia da educação restritiva e adestradora; a denúncia da injustiça social que assola nossa sociedade.
No entanto, acreditamos que a principal beleza dessa obra é elevar a palavra ao patamar central em nossa vida, isto é, é valorizar a linguagem como elemento essencial em todas as relações, pois é por meio dela que é feito o contato entre o mundo interior e o exterior.  
Em harmonia, a história termina. A bolsa amarela bem mais leve e fácil de ser carregada, e a menina Raquel solta como uma pipa, que agora ela sabia que não era apenas brincadeira de meninos
Camila Tardelli e Elaine Dauzcuk

Um comentário:

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