quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Conversa entre autor e leitor, com narração e mediação de Giba Pedroza




Nesse sábado, dia 22/02, às 15 horas, no Espaço de Leitura, será apresentado o livro E agora papagaio?, de Gilles Eduar. O livro será narrado pelo contador de histórias Giba Pedroza, que depois fará a mediação de uma conversa entre os participantes e o escritor.

Esse evento irá inaugurar no Espaço de Leitura dois projetos: Meu amigo livro e Experimente Literatura

Espaço de Leitura. Rua Ministro Godói, 180 – Parque da Água Branca. Próximo ao metrô Barra Funda. Apresentação gratuita. Ao final, haverá sorteio de livros entre os participantes. 


 Contador de Histórias Giba Pedroza

Obra de Anna Cunha


Ilustração de Anna Cunha para o Concurso Literário João-de-Barro, Belo Horizonte, 2014.


Disponível em: 


Mineira de Belo Horizonte, Anna é ilustradora graduada em Artes Plásticas pela Universidade Estadual de Minas Gerais e pós-graduada pela Universitat Autónoma de Barcelona. Passou os últimos anos na oficina tipográfica do Gutemberg Museum na Alemanha e na editora, também alemã, Hermann Schmidt Verlag. Ilustrou livros como: Vestido de Menina de Tatiana Felinto, Peirópolis, 2011; El sábio distraído de Ana Maria Machado, Castillo, México, 2013;  As aventuras de Pépin, o Pequeno Peregrino de Fábio Farah, Lê, 2012. Além de seu trabalho como ilustradora, criou uma papelaria onde é possível comprar cartões, carimbos para cartas, blocos de papel, cadernetas, com suas ilustrações. Objetos que parecem trazer ventos de outros tempos. Um tempo de cartas, carimbos, palavras ao vento e muita espera.

Conheça mais ilustrações de Anna Cunnha, nos links abaixo:






Anna Cunha



Mineira de Belo Horizonte, Anna é ilustradora graduada em Artes Plásticas pela Universidade Estadual de Minas Gerais e pós-graduada pela Universitat Autónoma de Barcelona. Passou os últimos anos na oficina tipográfica do Gutemberg Museum na Alemanha e na editora, também alemã, Hermann Schmidt Verlag. Ilustrou livros como: Vestido de Menina de Tatiana Felinto, Peirópolis, 2011; El sábio distraído de Ana Maria Machado, Castillo, México, 2013;  As aventuras de Pépin, o Pequeno Peregrino de Fábio Farah, Lê, 2012. 
Além de seu trabalho como ilustradora, criou uma papelaria onde é possível comprar cartões, carimbos para cartas, blocos de papel, cadernetas, com suas ilustrações. Objetos que parecem soprar ventos de outros tempos. Tempos de cartas, carimbos e muita espera.

Ilustração para Campanha de 40 anos da Coleção Mineiriana. Biblioteca Pública de Minas Gerais

No site da ilustradora, estão disponibilizados os seus trabalhos. Acesse o link abaixo:


Confira também, a entrevista feita pelo programa Agenda, Rede Minas, sobre a ilustradora.  Acesse o link abaixo:


Atualmente, Anna “coleciona gaiolas vazias e voos de passarinho” e imagens que nos fazem sonhar.

 Imagem disponível em:




sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Marina Colasanti


Ficcionista, poeta, jornalista, ilustradora, tradutora, palestrante, editora de revista, apresentadora e redatora de TV, Marina Colasanti é uma mulher múltipla e presente no mundo cultural.
Mesmo antes de vir ao mundo, Marina já era viajante: ainda na barriga da mãe foi da Itália para a atual Eritreia, no continente africano, onde seu pai estava morando. Foi em Asmara, capital do país, que ela nasceu, em 1937. Antes de completar 1 ano foi viver na Líbia e, em 1939, uma semana antes de ser declarada a Segunda Guerra Mundial, já estava de volta à Itália, com a mãe, o pai e o irmão.
Até hoje, Marina gosta de se definir como “uma pessoa em trânsito”: percorrer o mundo é uma de suas atividades preferidas. Foi ainda na infância que surgiram outras três grandes paixões da autora: os livros, a escrita e a arte.
          Minha mãe gostava de ler contos de fadas pra mim. Grimm, Andersen, tudo isso habitou minha infância, Também li as obras de Emilio Salgari (autor de clássicos infantojuvenis italianos).
         Quando morava na Itália, Marina costumava passar os verões na casa da avó, em Roma. Seu avô tinha deixado uma grande biblioteca, que ela não cansava de explorar.
 Eram tempos sem televisão, então a gente passava as noites lendo.
         Outro hábito dessa época é escrever diários. Foi um aprendizado porque, escrevendo, você aprende a elaborar o sentido por meio das palavras.
         Marina mudou-se para o Brasil dois anos após o fim da guerra, em 1947. A artista iniciou sua carreira pelas artes plásticas: estudou na de Bellas Artes (RJ) e dedicou-se à gravura. Nessa época, fez exposições, participou de salões de arte e recebeu vários prêmios e distinções.
        No entanto, logo descobriu a arte da palavra e a ela se rendeu. Em 1962, foi trabalhar no Jornal do Brasil. Lá conheceu seu marido, o poeta Affonso de Romano Sant’Anna.
       A gente se encontrou na porta do elevador. Ele me convidou para tomar um café, eu aceitei, e estamos tomando café até hoje.
       Em seu percurso pelas letras, fez inúmeras traduções (Moravia, J. Kozinsky, Ysunari Kawabata, Papini etc.). Estreou na literatura em 1968 com
 Eu, Sozinha, o primeiro de muitos livros. Sua produção abrange diversos tipos de texto: ficção infantil e juvenil, textos e ensaios jornalísticos, contos e minicontos para adultos, crônica do cotidiano, poesia e memórias. Contudo, essa diversidade é apenas aparente, pois sua obra é singularmente coesa – os núcleos temáticos que lhe servem de eixo são reduzidos, assim como é reduzido o conjunto de imagens de que se vale.
          A autora mistura os tempos, é como se morasse, concomitantemente, em diversos tempos e espaços. Atenta ao processo de redescoberta da mulher neste nosso século de mutações, Marina Colasanti vem mantendo um diálogo inteligente e corajoso com os problemas, preconceitos e ocultações ou ousadias que nele se misturam. No entanto, ao mesmo tempo, seus contos de fadas parecem vir de um lugar muito distante, como se tivessem sido escritos há séculos, como se sempre existissem, como se fossem contos tradicionais que nos chegam depois de terem passado de boca em boca por milênios. De que fonte secreta se originam seus belos textos?
         Em sua produção para a criança, destacam-se os “contos de fadas”, com cenários e personagens europeus, ambientação medieval e dicção poética. Nas entrelinhas desses belos textos, numa linguagem que se equilibra entre o lírico e o narrativo, discutem-se temas bem atuais e pouco infantis: a condição feminina, o consumismo desenfreado, a inveja e o egoísmo, as relações familiares e amorosas.
          Mais lírica nos textos infantis, mais crítica nos destinados aos adultos, Marina tem o poder de encantar leitores de qualquer idade. O rótulo “infantil”, que muitos de seus textos trazem em catálogos de editoras, talvez não passe de um sinal, sugerindo ao leitor por onde começar. Todos têm tesouros escondidos em suas profundezas.



Fontes: Dicionário crítico da literatura infantil e juvenil brasileira. Nelly Novaes Coelho - 5 ed. rev. atual. - São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2006
http://www.marinacolasanti.com/p/marina-colasanti-um-perfil.html
Antes de virar gigante e outras histórias. Marina Colasanti. São Paulo: Ática, 2010.


Curso Básico de Formação para Contadores de Histórias






O curso é completamente gratuito (e muito bom!). A seleção é por carta de interesse. Capriche na carta, expondo os motivos de procurar um curso de formação para contadores de histórias!


Boa sorte!


TIC TIC TATI


Você sabe quem foi Tatiana Belinky? A escritora, que morreu em junho aos 94 anos, fez a primeira adaptação de  O Sítio do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato, para a TV em 1952, e lançou seu primeiro livro infantil, Operação do Tio Onofre, em 1985. Desde então, foram mais de 250 obras recheadas de histórias incríveis. Algumas dessas histórias viraram música e foram organizadas num CD, pelo Selo Sesc. A cantora, Fortuna, interpreta as canções compostas por Hélio Ziskind, em parceria com Gabriel Levy e Tarsila Amorim. Cada música foi inspirada num livro da escritora Tatiana. O CD chama-se TIC TIC TATI.

Confira no link abaixo, o Making Of  do CD:

  
  


terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Lygia Bojunga - escritora



Presença maior no movimento renovador que se iniciou no Brasil em meados dos anos 1970, na área de literatura infantil/juvenil, Lygia Bojunga Nunes nasceu em Pelotas (RS), em 1932. Ainda criança muda-se com a família para o Rio de Janeiro, onde estuda e se encaminha para a medicina, cujo vestibular abandona para se dedicar ao teatro, devido ao primeiro lugar conquistado em testes. Como atriz, passa a integrar o grupo “Artistas Unidos” e com ele excursiona durante dois anos.
Espírito inquieto e apaixonado, Lygia dedica-se algum tempo ao rádio e em seguida à televisão (Grande Teatro Infantil da TV Tupi e Grande Teatro de Sérgio Brito), escrevendo textos, traduzindo, adaptando e representando.
Naquele tempo escrever/criar personagens era, pra mim, uma forma de sobreviver e de poder construir a casa que eu queria pra morar (a Boa Liga); só depois, quando eu abracei a literatura, é que eu me dei conta que escrever/criar personagens era muito mais que um jeito de sobreviver: era – e agora sim! – o jeito de viver que eu, realmente, queria pra mim.
Em 1964, foi morar no fim de um vale, no estado do Rio: tinha chegado a hora de viver agarrada a natureza, conforme ela mesma explica. Algum tempo depois, juntamente com seu segundo marido (“um inglês ótimo, que o acaso fez bater naqueles verdes”), fundou uma pequena escola rural, a TOCA, que ambos mantiveram durante cinco anos.
Grande viajante, Lygia percorre o Brasil, as três Américas, o Caribe, a Europa e a Escandinávia, o Oriente e a União Soviética. Em 1982, se mudou para a Inglaterra e passa a viver entre Londres e o Rio de Janeiro, onde também mantém residência.
Foi lá que eu compreendi por inteiro que o escritor é cidadão da sua língua; comecei então a alternar o meu tempo de Londres com o meu tempo de Rio; mas não ouvir a minha língua foi ficando uma penalidade cada vez maior, então fui esticando cada vez mais o meu tempo de Rio, e agora, com a casa que eu criei pros meus personagens, quer dizer, com a editora, o meu tempo lá em Londres ainda se reduziu muito mais
A pujança e a versatilidade de seu espírito criador se revela definitivamente na área da literatura destinada aos pré-adolescentes e adolescentes. Estreia em 1972, sendo acolhida de imediato com grande entusiasmo, tanto pelo público leitor quanto pela crítica.
Todos os seus títulos têm sido premiados ou recebido distinção de honra. Em 1982, o IBBY (International Board on Books for Young People) concedeu-lhe, pelo conjunto da obra, o Prêmio Hans Christian Andersen, a mais importante láurea internacional na área, uma espécie de Nobel da literatura infantil/juvenil. Em 2004, Lygia recebeu, na Suécia, o prêmio ALMA (Astrid Lindgren Memorial Award), o maior de literatura infantil e juvenil do mundo, ultrapassando 500 mil reais.
Desde 1988, Lygia Bojunga voltou aos palcos, apresentando monólogos que mesclam literatura à teatro. “Minhas apresentações são feitas da maneira mais artesanal possível”, diz a autora, que compara seu processo de criação teatral à sua relação com a escrita:
Minha trilha no palco é tão solitária quanto o ato de escrita.
Em 2002, ela cria a Fundação Cultural Casa Lygia Bojunga, projeto que desenvolve ações ligadas à popularização do livro no Brasil, e sua própria editora, a Casa Lygia Bojunga, que lhe possibilita ter um controle maior de todas as etapas de produção de seus livros bem como as de distribuição e divulgação. 
Tornando-se uma das vozes mais ricas da literatura questionadora de mundo, Lygia, em cada livro, enfoca um problema específico da existência humana, discutindo as relações entre o eu e o outro. Como diz Ana Maria Machado, ela consegue ultrapassar as tradições de sua própria sociedade, mesmo se mantendo muito brasileira. A consciência da palavra como construtora do real é a pedra fundamental que sustenta o seu mundo de ficção. 

Saiba mais sobre ela: 

http://www.casalygiabojunga.com.br/

Fontes: Dicionário crítico da literatura infantil e juvenil brasileira. Nelly Novaes Coelho - 5 ed. rev. atual. - São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2006 e http://www.casalygiabojunga.com.br/pt/lygiabojunga.html

Eva Furnari - escritora e ilustradora

            


       Artista plástica, arquiteta, desenhista e ilustradora, Eva Furnari é das presenças mais atuantes no mercado literário ligado às crianças, tendo aberto, desde os anos 1970, um espaço criativo dos mais significativos na área da literatura/arte destinada ao público infantil.
Nascida em Roma (Itália) em 1948, veio para o Brasil em 1950 e se radicou em São Paulo. Desde criança, sua grande atração nos livros eram as figuras e sua maior distração era desenhar ou pintar. Muito cedo dedicou-se a atividades criativas. Formou-se em Arquitetura pela FAU/USP, em 1976.
Foi professora de artes no Museu Lasar Segall de 74 a 79, colaborou, na década de 80, como desenhista em diversas revistas, recebendo o Prêmio Abril de Ilustração em 1987. Publicou semanalmente, por quatro anos, histórias da Bruxinha no suplemento infantil do jornal Folha de São Paulo. Começou sua carreira de escritora e ilustradora de livros infantis e juvenis em 1980, com livros de imagem, e publicou 60 livros. 
         Seus livros já foram publicados no México, Equador, Guatemala, Bolívia e Itália. Participou da feira Internacional de Ilustradores de Bratislava em 95 e de Exposições de Ilustradores Brasileiros promovidas pela FNLIJ, em Bolonha. Participou da Honour List do IBBY - International Board on Book for Young People - Orgão consultivo da Unesco para o livro infantil - com o livro Feitiço do Sapo, da Editora Ática, em 96. Alguns de seus livros foram adaptados para o teatro: Lolo Barnabé, Pandolfo Bereba, Abaixo das Canelas, Cocô de Passarinho, A Bruxa Zelda e os 80 docinhos, A Bruxinha Atrapalhada, Cacoete e Truks, sendo que esta última recebeu o prêmio Mambembe em 94. 
         Ao longo de sua carreira, Eva Furnari recebeu diversos prêmios. Entre eles, o Prêmio Jabuti de Melhor Ilustração pela CBL (Câmara Brasileira do Livro) pelos livros; Truks (1991), A Bruxa Zelda e os 80 Docinhos (1996), Anjinho (1998), Circo da Lua (2004), Cacoete (2006) e Felpo Filva (2007), este pelo texto e ilustração. Foi premiada por nove vezes pela FNLIJ (Fundação do Livro Infantil e Juvenil) e recebeu Prêmio APCA pelo conjunto da obra. 
          Em sua obra, o diálogo entre ilustração e texto é perfeito, um não poderia existir sem o outro. Ela fala à criança de igual para igual e certamente por isso agrada tanto aos pequenos. Eva Furnari defende que a criança é naturalmente criativa, pois não percorre um caminho já estabelecido. Ao falar sobre o ensino de arte para as crianças, diz que quando elas começam a crescer e a desenvolver a capacidade crítica e a capacidade de abstração, passam a ficar insatisfeitas com sua produção e bloqueiam, não se desenvolvem e que são poucas pessoas  do ensino de artes que estão preparadas para não deixar isso acontecer.
      Os livros de Eva Furnari avivam a criatividade de crianças e adultos. Nos convidam a criar, a misturar espaços, pessoas, a fazer associações de coisas que nunca foram associadas, a ampliar nossos horizontes. Como toda literatura de excelente qualidade. 


Fontes: Dicionário crítico da literatura infantil e juvenil brasileira. Nelly Novaes Coelho - 5 ed. rev. atual. - São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2006;   http://www.bibliotecaevafurnari.com.br/ie6/biografia.php ;  http://www.revistaemilia.com.br/mostra.php?id=222

A bolsa amarela - Lygia Bojunga


ISBN: 8589020037
ISBN-13: 9788589020039

Número de páginas: 135


Leitor fluente (a partir dos 10/11 anos)


Esse livro pode ser indicado para a categoria LF (leitor fluente, a partir de 10/11 anos aproximadamente). É uma obra-prima, um dos melhores livros de literatura infantil/juvenil brasileira e já recebeu inúmeros prêmios importantes. 
Nele há uma procura pela compreensão do mundo. A história é narrada em primeira pessoa e sua personagem principal, a menina Raquel, busca compreender seu mundo interno e o mundo dos adultos. Para isso, ela transforma uma bolsa amarela, desbotada, que estava na caixa de doações vindas da casa de sua tia Brunilda, num lugar para esconder as suas vontades.
“Não digo vontade magra, pequenininha, que nem tomar sorvete a toda hora, dar sumiço da aula de matemática, comprar um sapato novo que eu não aguento o meu. Vontade assim todo mundo pode ver, não tô ligando a mínima. Mas as outras, as três que de repente vão crescendo e engordando toda – ah, essas eu não quero mais mostrar. De jeito nenhum”. (p.9)
Suas três vontades são a de crescer logo, a de ter nascido menino e a de ser escritora. Ela começa escrevendo cartas, mas os irmãos logo as encontram e a confusão é grande. Depois, escreve um romance de um galo que não quer tomar conta das galinhas e luta por direitos iguais para todos. Infelizmente, a história de Raquel vai parar nas mãos de toda sua família, que cai na gargalhada. Nesse momento, sua vontade de crescer engorda. Engorda tanto que, num almoço na casa da tia Brunilda, a bolsa estoura feito balão.
Essa é uma das situações que a menina enfrenta. Há muitas outras. São circunstâncias irreverentes, comoventes, divertidas... Há uma mistura tão grande entre o mundo imaginário e o mundo real que se torna quase impossível ao leitor determinar qual é qual. Os personagens que a menina cria misturam-se aos conflitos presentes não só em sua família e escola, mas também em toda a sociedade.
Na obra, aos poucos, a protagonista vai se dando conta que, ao se conhecer, ao exercitar o autoconhecimento, ela passa a compreender melhor o outro e o mundo a seu redor.
A linguagem do livro é bastante solta e de fácil compreensão. Já a estrutura narrativa é complexa, há uma mescla de cartas, diálogos e histórias encaixadas na narrativa central. No entanto, uma vez “preso”, o leitor não consegue abandonar a leitura, pois seu ritmo é ágil e desenvolto.
O livro mergulha em muitos temas, devido a sua riqueza e profundidade. Poderíamos destacar: A problematização dos preconceitos que ainda hoje teimam em separar homens e mulheres em ocupações e atividades distintas; a necessidade da liberdade de pensamento para a realização do ser; a denúncia da educação restritiva e adestradora; a denúncia da injustiça social que assola nossa sociedade.
No entanto, acreditamos que a principal beleza dessa obra é elevar a palavra ao patamar central em nossa vida, isto é, é valorizar a linguagem como elemento essencial em todas as relações, pois é por meio dela que é feito o contato entre o mundo interior e o exterior.  
Em harmonia, a história termina. A bolsa amarela bem mais leve e fácil de ser carregada, e a menina Raquel solta como uma pipa, que agora ela sabia que não era apenas brincadeira de meninos
Camila Tardelli e Elaine Dauzcuk

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Zig-zag - Eva Furnari




ISBN: 8526010948
ISBN-13: 9788526010949
Edição: 1ª
Ano de Lançamento: 2006
Número de páginas: 32

Leitor iniciante (a partir dos 6/7 anos)


Nesse livro, a autora brinca com substantivos e adjetivos, partindo de personagens conhecidos, por exemplo, para criar outros. Mistura o Patinho Feio com o Lobo Mau e inventa, nesta brincadeira, o Patinho Mau e o Lobo Feio. Faz associações inusitadas, misturando, em “zig-zag” (zigue-zague), ‘bolsa organizada’ com ‘planta carnívora’ e obtendo ‘bolsa carnívora’ e ‘planta organizada’.
Eva Furnari desconstrói imagens para reconstruí-las em seguida de maneira inesperada. Convida-nos a visitar o antigo e ver novas possibilidades, a “arregaçar as mangas” e sair pelo mundo jogando com as palavras, mudando, inventando…
Qual é a criança que não se diverte com o cruzamento de um “bule amassado” com um “reizinho mandão”, resultando num “reizinho amassado” e num “bule mandão”? O livro Zig-zag é um convite à imaginação infantil de inventar e reinventar o mundo. Pode ser uma excelente maneira de começar uma história feita todinha por você e seu filho: quem seria esse Bule mandão? Em quem ele mandaria, de que conflitos participaria, o que aconteceria no final da história? E o Rei amassado? Quem ou o que o amassou? Como isso aconteceu?
Você também pode brincar com seu filho de misturar personagens clássicos ou expressões cotidianas entre si. Por exemplo, misturar a Branca de Neve com o Gato de Botas, a Pequena Sereia com o Menino Maluquinho. Ou uma cadeira apertada com uma alegria desvairada.
As histórias de Eva Furnari, grande escritora e ilustradora de nossa literatura, são assim: divertidas, leves, com um jeito de pensar próprio das crianças, e profundas, verdadeiras.
 Este jogo de “zigue-zaguear” cria ‘binômios fantásticos’, associações inusitadas de palavras pertencentes a universos estranhos, de que fala o mestre da construção de narrativas Gianni Rodari em seu A Gramática da Fantasia.
Zig-zag convida você a viajar com seu filho pelo mundo das palavras, brincando de virá-las de pernas para o ar.


Camila Tardelli

Felpo Filva – Eva Furnari





                                                                                                                      ISBN: 851605182x
ISBN-13: 9788516051822

Edição: 1ª

Ano de Lançamento: 2006

Número de páginas: 56


Leitor em Processo  (a partir dos 8/9 anos)

Esse livro apaixonante pode ser indicado como leitura autônoma para a categoria LEP (leitor em processo 8/9 anos), mas pode ser lido em voz alta para crianças a partir dos cinco anos.

Trata-se da história de um coelho escritor, o Felpo Filva. Seus livros demonstram uma visão de mundo muito pessimista, sentida já em seus títulos: A cenoura murcha, De olhos vermelhos, A horta por trás das grades, Infeliz Páscoa.

Felpo teve uma infância infeliz, pois era um pouco diferente dos outros. Para começar usava um grande aparelho para os dentes, daqueles que são presos atrás da cabeça. Além disso, tinha uma orelha mais curta do que a outra e sofria de orelite tremulosa, sua orelha tremia quando ficava nervoso. Por isso, tomava o xarope Destremil. Todas essas diferenças eram motivo de zombaria dos colegas e de sofrimento para ele. No entanto, a escritora Eva Furnari nos ajuda a olhar para esse momento trágico do personagem de uma forma leve.  

A vida de Felpo Filva começa a mudar quando ele resolve ler uma das cartas que seus leitores enviavam e eram esquecidas. Era a carta de uma coelha chamada Charlô, que criticava os finais trágicos e pessimistas de seus livros. É hilária a reação do Felpo, que não sabia receber críticas nem rir das situações ruins. Ele responde para a leitora:


Charlô,


Você está redondamente enganada a meu respeito. Eu tenho muita imaginação, você nem desconfia quanta. Olha só como é que eu imagino você: Barriga estufada, orelhas peludas, nariz de batata, bigode caído.


Felpo Filva, um poeta cheio de imaginação.

Felpo Filva é a história de um coelho que aprende a receber críticas, a olhar com outros olhos para as situações que precisa enfrentar e a rir mais de si mesmo e de seus defeitos.
A autora apresenta no final do livro um P.S. muito divertido sobre gêneros literários, carta, bula, conto de fada, fábula, etc.
Eva Furnari é uma escritora e ilustradora de renome. Vale a pena conhecer essa e outras obras dela. Boa leitura!



Elaine Dauzcuk

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato - São Paulo-SP




A Biblioteca Infanto-juvenil Monteiro Lobato é a mais antiga biblioteca infantil em funcionamento no Brasil e precursora de outras similares, tanto no município como no interior do estado de São Paulo, graças à educadora Lenyra Camargo Fraccaroli, que, além de dirigir a biblioteca até 1960, também incentivou e supervisionou a construção de bibliotecas infantis em vários bairros da capital.
Criada em 14 de abril de 1936, a biblioteca recebia o nome de Biblioteca Infantil Municipal. Sua criação fez parte de um amplo projeto de incentivo à cultura, elaborado por um grupo de intelectuais liderado por Mário de Andrade, então diretor do Departamento Municipal de Cultura.
A biblioteca começou em uma casa na Rua Major Sertório, onde se iniciaram atividades para atrair as crianças em torno do livro e da leitura, com a presença, inclusive, de Monteiro Lobato, que vinha à biblioteca contar histórias para as crianças. O espaço ficou pequeno pela alta frequência de crianças e, em 1945, a biblioteca mudou-se para a antiga casa do senador Rodolfo Miranda, na Rua General Jardim, onde hoje está a praça da biblioteca. O atual prédio que abriga a biblioteca, porém, foi construído depois, ao lado da antiga casa do senador, e inaugurado em 24 de dezembro de 1950.

A biblioteca tem particularidades, como:

ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR - formado pelo conjunto de livros escolares das antigas bibliotecas públicas infantis da cidade de São Paulo. 
O acervo, com 5 mil volumes, é composto por cartilhas, manuais escolares de todas as matérias de ensino, antologias literárias e livros de referência de uso escolar, entre outros, do século 19 até a década de 1980 e abrange os cursos primários, os secundários, os de formação de professor e o ensino técnico
Está disponibilizado para pesquisadores e interessados.
Para mais informações, acesse:



BIBLIOGRAFIA BRASILEIRA DE LITERATURA INFANTIL E JUVENIL - publicação que reúne a produção editorial anual da área. Visa apoiar o desenvolvimento de pesquisas e estudos em literatura, bem como práticas culturais de educadores, bibliotecários, críticos literários e demais interessados.
Para mais informações, acesse: 



EXPOSIÇÃO PERMANENTE SOBRE MONTEIRO LOBATO



FEIRA DE TROCA DE LIVROS E GIBIS

LEITURA PARA BEBÊS

CLUBE DE LEITURA

VISITA MONITORADA PARA CRIANÇAS


Maiores informações sobre a Biblioteca Infanto-Juvenil Monteiro Lobato:



Endereço:
Rua General Jardim, 485, Vila Buarque 
São Paulo - Brasil - CEP 01223-011
Telefones: (11) 3256 4122 / (11) 3256 4438 / (11) 3256 4738
Horário: 
Segunda a Sexta, das 8h às 18h
Sábados, das 10h às 17h
Domingos, das 10h às 14h
Diretora: Sueli Nemen Rocha


Como chegar?